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16 de jan. de 2013

Aconteceu comigo: Espírito no acampamento


O relato abaixo é um pouco extenso, mas agora criarei uma sequencia de fatos verídicos que aconteceram comigo, chamará "Aconteceu Comigo". Você leitor que quiser nos compartilhar um fato, é só nos mandar por e-mails que teremos o prazer de publicar aqui.


Aconteceu comigo. 

Num acampamento escoteiro, por volta dos meus 12 anos de idade, o sítio em que estávamos acampados para receber instruções de campo localizava-se em Paranapanema no interior de São Paulo. Em torno de mais ou menos 25 crianças, dividas em pequenos grupos que dentro do escotismo chamavam-se "patrulhas".

Saímos de Tatuí por voltas das 15 horas chegando no local as 17:30 mais ou menos, tínhamos o tempo de nos despedir dos nossos pais, tirar material de campo das camionetes e arrumar as coisas. Ainda era horário de verão, começamos a arrumar as coisas no campo por volta das 18:20 ainda estava claro, o campo em que iriamos ficar tinha cerda do tamanho de metade de um campo de futebol e íngreme, no alto do campo ficava a sede do sítio e ao lado a casa do caseiro e sua família, do lado oposto da casa descendo o campo ficava um lago, um braço que ligava para um outro riacho há alguns metros a esquerda, uma pequena corredeira. Atrás desse lago havia uma mata, APA (área de preservação ambiental), não podia ser explorada com fins extrativistas, apenas uma mata fechada densa e bastante extensa. Entre esses dois pontos, a sede do sítio e o lado havia um espaço enorme cercado por pastos e exatamente no meio havia  na beira do campo havia uma cocheira desativada.

Bom agora com o mapa do local pobremente desenhado no seu mental vamos ao ocorrido. 

Cada patrulha era comporta por 5 elementos, dois com mais experiência e os outros 3 num nível de aprendizes, os quais eramos responsáveis pela segurança e pelas instruções, as patrulhas deveriam escolher um local nesse vasto campo para abrigar-se, ficando uma distante da outra, minha patrulha então decidiu ficar bem perto dessa cocheira, ela estava desativada por um bem tempo, poderíamos em caso de forte chuva guardar alguns suprimentos ali se fosse preciso. Colocamos nossas mochilas ali e cercamos nosso campo com estacas de bambu e cisal, numa medida de 4mX6m, dentro desse limite montaríamos as duas barracas, o campo do lenhador, e o toldo para reuniões. Havia perto dessa cocheira uma mangueira enorme e linda, onde pegamos algumas mangas e descansaríamos em sua sombra.

Acampamento montado, cada patrulha no seu espaço e tudo e todos já muito bem acomodado, beirava as 20h com o chefe responsável pelo grupo da um apito de dois toques, o que para os escoteiros significa que ele quer falar com os monitores das patrulhas, os mais velhos, corri ao encontro do chefe, deixando os novatos aos cuidados do Sub Monitor Edinho, apresentei me e o chefe, nos deu o recado:

-Preparem a cozinha de vocês e comecem a fazer a janta, os noviços devem já tomar banho para nos recolhermos até as 23h pois amanha teremos bastante atividades.

Fui até nosso campo e passei o recado, Vitor, Rodrigo foram acompanhados do Sub Monitor para a sede do sítio onde esperariam pela vaga do banheiro, eu e Thiago ficamos no campo arrumando o fogareiro, o lampião e a janta, assim que parte da patrulha chegasse revesaríamos a preparação da janta.

Todos já alimentados, prontos para o descanso, o campo estava quase que numa escuridão total, conseguíamos avistar o campo das outras patrulhas apenas pela luz do lampião, nos comunicávamos com faroletes pequenos, dando sinais de que estava tudo bem e que já íamos nos recolher, todos estavam bem.

Até ai tudo corria normal, não relatei aqui um fato, nossa patrulha tinha a terrível fama de desordeira, bagunceira, que ficava cantarolando até tarde e rindo até o amanhecer, já havíamos levado uma chamada de atenção para que não ocorresse nenhum comportamento desse tipo, ou se não seria nosso último acampamento. 

OK, faríamos diferente dessa vez, pois apesar de sermos bem bagunceiros eramos uma das patrulha que sempre tinha bom desempenho nas trilhas e pistas de ralo, faríamos jus a essa posição.

Quem já acampou sabe bem o que é dormir no mato, todo som fora da barraca ganha proporção a mais do que realmente é, não foi diferente dessa vez, grilos, pequenos sapos e rãs do lago, folhas que batiam ao ventos em outras folhas, galhos fazendo ruídos um festival de estimulo para uma imaginação fértil, passava das 23 horas quando começamos ouvir passos em volta da  barraca, não só passos como silhuetas tomando forma através da lona da barraca, a pessoa deu algumas voltas pela barraca, parou em frente. 

Isso era uma coisa normal, os chefes faziam vistoria nas barracas e nos campos durante a noite, para ver se estava tudo em ordem e também como responsável de todos.

Edinho então diz da outra barraca:

-Chefe Camilo, está tudo bem com agente pode ir. 

Nenhuma resposta foi dada, prezou então um silencio entre as duas barracas, quebrei o silêncio falando da barraca que eu estava:

-Chefe, está tudo bem aqui. 

Continuou um silêncio, um pouco incomodo. 

- Edinho, estão todos ai com você na barraca ?

- Sim ! E na sua ?

- Também. 

Achei por um momento que fosse alguém de outra patrulha tentando sabotar a nossa, tirando algum espeque da barraca, ou desfazendo alguma amarra, para assim perdermos ponto na vistoria matinal, Edinho então abriu o zipper da barraca e sua lanterna para ver quem era, logo após ele sair me chama para fora.

- Cara não tem ninguém aqui !

- Edinho volta a dormir se pegarem agente aqui perdemos pontos, deve ser alguém de outra patrulha com certeza.

O dia amanheceu e logo foi dado o apito para os monitores irem até a chefia, chegando lá de cara bem fechada ouvi diante de todos os monitores:

- Rafael, quem ficou fora da barraca no seu campo a noite toda ? O Chefe Thiago estava fazendo a vigia nos campos e quando ele passou pelo campo do João Armando viu algum de vocês fora, e isso se repetia quando ele ia pra outro campo. Nós já não havíamos conversado sobre regras. 

- Chefe não era nenhum de nós, achei que fosse o senhor fazendo vigia, não era ninguém da nossa patrulha, palavra de escoteiro ! (Sim podem rir de mim..eu falava muito isso)

Voltei um pouco irritado para nosso campo e contei o fato para os outros que ficaram indignados também, nada tirava de nossas cabeças que alguém estava nos sabotando a noite, como estava muito escuro ninguém conseguiu ver quem era realmente. A noite de sábado chegou, dormimos e nada de estranho aconteceu dessa vez, até acordamos e sair da barraca. Ao chegar no toldo onde ficavam os mantimentos e panelas, vimos tudo bagunçado, panela fora de lugar, talheres, copos, bambus, uma bagunça. 

- Eles estão pedindo pra gente pegar pesado hoje, disse Edinho. 

- Cara calma, vamos arrumar isso e hoje a noite agente faz o que sabe fazer de melhor.

O almoçou foi encerrado e nesse dia de forma coletiva, todos foram para de baixo da mangueira perto do nosso campo, nos atentos a todos eles querendo descobrir qual era o engraçadinho de uma outra patrulha que estava a nos sabotar. Meio a conversa nesse descanso membros de outras patrulhas começaram a reclamas de bagunças feitas em seus campos,  pessoas que o invadiram durante a noite e ficaram passando por trás da barraca, casos iguais ao nosso. Fomos nos dando conta então que isso tinha acontecido com todos, e então como crianças agora e não como escoteiro começamos a ficar assustados. 

Os monitores se reunirão com o Chefe Camilo e contaram todo o fato, nessa reunião estava mais dois chefes, Chefe Thiago e Chefe Luís Fernando, após cada um relator o que houve em particular nos seus campos, vimos um estranho semblante no rosto deles. Chefe Thiago então sugere encerrar as atividades no domingo mesmo, antecipando o termino do acampamento. Isso deu um ar mais misterioso e sinistro ainda, fomos dar a noticia ao restante do grupo que estava em baixo da mangueira e os chefes se reunirão para conversar entre eles. 

- Vamos levantar acampamento, o Chefe Camilo irá encerrar a atividade.

Como assim ? Porque ? Não acredito. Foram essas as palavras ouvidas e ditas por todos ao receberem a noticia. 

Auhi Auhiiiiiii 

Uma voz fina e de criancinha emite esse som. 

- De onde veio isso ? 

Edinho:

- Da cocheira !

Entremos la e nada ! Somente um arrepio que correu da ponta da cabeça até o final da espinha. 

Saímos da cocheira pálidos e brancos, quando sem saber de onde, mangas foram atiradas no grupo ao som de:

Auhi Auhiiiiii

Não foi uma ou duas pessoas que ouviram, foi o grupo todo, que diante disso, todos sem exceção de ninguém sai correndo do toldo da chefia para contar. 

O Chefes nos acalmaram, nos ampararam e só então nos demos conta da presença sobre natural nesse sítio, arrumamos acampamento e fomos embora, mais tarde viemos a saber que naquele local, foram encontradas urnas com ossadas indígenas e ficamos todos admirados com o fato, surpresos e achando o máximo, agora já não com tanto medo até pensando em voltar lá. 

Bom isso foi há muito tempo atrás, numa outra cidade com pessoas diferentes das quais eu convivo hoje. 

No inicio do meu desenvolvimento mediúnico achava tudo muito estranho, muitas dúvidas, muita falta de fé nos guias, estava eu numa gira de Baiano preenchido de incertezas, no meio dos médiuns incorporados com seus guias dessa linha, um deles da passagem para um Erê, uma criança. 

O Erê vem até onde eu estava e como que um caboclinho brada na minha frente:

Auhiiiii 

Auhii ! 

Diante disso, o filme do acampamento inteiro passa na minha mente, detalhe por detalhe, fato por fato, eu parado vendo o esse Erê na minha frente, fiquei gelado, sem pensar em nada, simplesmente não acreditando nisso. Ele vem até mim e diz:

- Quando eu vier da próxima vez você me traz uma manga, tá ! 

Eu realmente nunca vou esquecer isso, quem era essa criança? Não sei !

Quem era a entidade que emitiu esse som naquela época no sítio ? Também não sei !

Se era a mesma entidade ? Também não sei. 

O que sei é que eles estão sempre presentes em tudo e uma hora ou outra irão se mostrar no nosso dia a dia como puderem, tenha você fé ou não. 

Que Oxóssi abençoe a todos. 

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